Permacultura como
movimento já consolidou a maioria dos conhecimentos, ferramentas e recursos que
precisamos para criar uma sociedade regenerativa no sentido físico, no sentido
estrutural do design, isso é fato. Experimente pesquisar sistema de energia solar ou Bioconstrução, ou
ainda sistema de saneamento ecológico. Você vai encontrar centenas de livros,
artigos e tutoriais. Certamente podemos sintonizar nestes canais e com essas
propostas, a partir daí, experimentar. No entanto, a tarefa mais difícil neste
momento planetário está em transformar nossos sistemas sociais e invisíveis.
Isso se torna ainda mais crucial quando
trabalhamos, compartilhamos a permacultura fora da esfera privada (quintais,
casas, sítios, fazendas, consultoria empresariais) e escolhemos a esfera
pública (comunidades tradicionais, saneamento comunitário urbano, regeneração
emocional coletiva, governança institucional, comunicação não violenta, etc).
Uma pergunta sempre nos instigou. Como você
pratica a partilha justa em um sistema econômico que se baseia na acumulação e
manutenção da desigualdade? Como você incide politicamente para mudar as leis e tornar os sistemas
propostos pela permacultura algo possível enquanto política pública? Como você
aprende a colaborar solidariamente em processos coletivos? Como desenvolver a
empatia num sistema egoísta e de trocas pautadas na monetização?
Estas são perguntas importantes que precisa
urgentemente de fala e co-construção. Podemos usar a ética e os princípios da
Permacultura para nos guiar, em qualquer instância. Neste sentido,
convidamos a todas e todos para mais uma Roda
Permacultural de trocas e construções no sentido de sonhar, planejar e
executar um design de uma sociedade verdadeiramente do bem viver !
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Luciana Sarno Niloufer é Educadora Social, Gestora Ambiental e Permacultora Social, com
aperfeiçoamento em Design e Implementação de Ecovilas pelo Instituto de
Permacultura e Ecovilas do Cerrado (IPEC) e PDC (curso de planejamento em permacultura) pelo IPB. Tem larga experiência na área de
gestão ambiental, economia solidária, educação. Atuou em pesquisa tecnológica no Laboratório de Pesquisa Ambiental e Geotecnologias da Unifacs, onde adquiriu experiência na área de diagnóstico ambiental para o gerenciamento de áreas contaminadas, avaliação do passivo ambiental, implantação de agroecossistemas e programas de educação ambiental. Foi membro do GICMAR (Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências do Mar) e LAGEO (Laboratório de Pesquisa Ambiental e Geotecnologias da Unifacs) UNIFACS/CNPq. Hoje está atuando no terceiro setor, faz parte do Conselho Diretor da instituição,
servindo como Diretora Presidente.
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