Durante a Inauguração do Viveiro-Escola (10/05) tivemos o privilégio de ouvir um jovem talento do cordel de Várzea da Roça, Welinton Rios, estagiário do Projeto Águas do Jacuípe, nos escreve sobre a preservação do meio-ambiente e a convivência com o semiárido.
Ainda há Tempo - Welinton Rios
Meus
amigos e amigas
Agora
vamos parar
Para
esta simples historia
Todos
juntos escutar
E
depois de ter ouvido
Nesta
historia pensar
No
nordeste brasileiro
Em
certa comunidade
Tinha
dois agricultores
De
diferentes realidades
Cada
um fazia de um jeito
Em
cada propriedade
E
ali um grande riacho
Cortava
aquele terreno,
Um
matava, destruía,
Queimava
e punha veneno,
Pro
outro fazer o mesmo
Ainda
vivia dizendo.
O
outro mais consciente
Já
pensava diferente
Se
eu fizer desse jeito
A
terra fica doente
E
ainda mato o riacho
Que
do rio é um afluente
E o
vizinho dizia:
-que
nada meu companheiro
A
gente vende a lenha
E
logo pega o dinheiro
E
para o gado de leite
O
capim sai mais ligeiro
E
então o consciente
Logo,
logo retrucava
Se
dinheiro fosse bom
Sei
que a gente não gastava
E
acabando de pegar
Para
os outros entregava,
Sei
que eu preciso dele
Mais
não tenho ambição
E no
meio ambiente
Não
causo a degradação
Só
para poder dizer
Que
tenho dinheiro em mão
Meu
terreno mim sustenta
Então
dele vou zelar
Criando
minhas cabrinhas
Pra
poder se sustentar
As
abelhas e as galinhas
É
pra quando apertar
Vivo
assim deste jeito
Sem
passar necessidade
E lá
na minha mesa
O
alimento é de qualidade
E
ainda abasteço
Famílias
lá da cidade
Agora
te aconselho
Pra que
tenhamos esperança
Faça
como estou fazendo
E
teremos uma mudança
O
mundo será melhor
Pra
quem hoje é criança.
E se
você já desmatou,
Mas
agora quer mudar
Mas
não sabe o que fazer
Eu
posso te ajudar
Você
vai se arrepender
Se
pra mais tarde deixar
Então
o ambicioso
Enfureceu
No momento
E
disse para vizinho
Tu
ta és enlouquecendo,
O
que vou ganhar com isso
Se
floresta eu não vendo
E
então o consciente
Disse
com muito carinho
Rapaz
eu te aconselho
A
seguir o meu caminho
Mas
já que você não quer
Faço
minha parte sozinho
E
então como de costume
Veio
à seca assolando
E a
coisa no nordeste
Cada
dia ia piorando
E
aquele consciente
Ninguém
via reclamando
Em
sua casa tinha de tudo
Mas
não trazia da cidade
Assim
a gente contando
Nem
parece que é verdade
Mas
se a gente preservar
Tudo
vira realidade
Então
o povo sofrido
Que
vivia na região
Olhando
aquele exemplo
Daquele
grande campeão
Dizia
agora eu mudo
Essa
é a solução
Mas
logo a seca passava
E
vinha grande bonança
O
povo se acomodava
E
saia da lembrança
E
pra depois de outra seca
Logo
ficava a mudança
Os
anos iam passando
E o
povo a desmatar
E a
beira do riacho
Começou
assorear
Pois
arvores já não tinha
Para
a terra sustentar
A
terra enfraqueceu
Porque
foi muito queimada
A
cobertura que tinha
Foi
embora na enxurrada
E o
povo ia plantando
E a
terra não dava nada
O
povo arrependido
E
querendo uma mudança
Olhando
a situação
Quase
perdendo a esperança
Lembrando
do velho tempo
Que
tudo era bonança
Mas
pelo leite derramado
Não
tem mas como chorar,
Agora
tem de se unir
Pra
poder tentar mudar
E
aquilo que se perdeu
Pouco
a pouco recuperar
Essa
historia foi tão triste
Por
falta de compreensão
Então
vamos abrir os olhos
Aqui
em nossa região
Estamos
neste caminho
Mas
nos temos solução
E
agora enquanto é cedo
Vamos
o meio preservar
E o
que foi destruído
Aos
poucos recuperar
E
aqui temos o projeto águas
Pronto
pra nos ajudar
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