segunda-feira, 4 de novembro de 2013

IPB valoriza conhecimento Quilombola com o Sementes da Chapada



D. Odete exibindo as ervas do seu xarope medicinal
Em todas as culturas há um tipo de conhecimento valioso que muitas vezes passa despercebido,  os Quilombolas das comunidades de Barra e Bananal junto com a equipe do Núcleo Chapada do Instituto de Permacultura da Bahia, tem trocado e construído juntos um registro desses costumes, sobretudo no que diz respeito à biodiversidade encontrada no território de Rio de Contas, sul da Chapada Diamantina, Bahia.
Almiro José Augusto, mais conhecido como Fía, nasceu, cresceu, casou-se e vive atualmente na comunidade de Bananal, lembra ainda dos tempos em que “a roça era feita na enxada, semeávamos com as mãos”, produzir o roçado era tarefa árdua e cansativa, mas é visível nos sorrisos nos rostos, que a terra tem sido abundante para essas populações, que plantam de tudo e tem uma dieta bastante variada.
Foto: Maura Pezzato
Ao visitarmos uma das antigas comunidades chamada de Riacho das Pedras, impactada pela construção da barragem no Rio Brumado, onde viviam os quilombolas mais antigos, atualmente relocados no bairro do Pirulito em Rio de Contas. No Riacho das Pedras aproveita-se o leito do rio e suas terras férteis para a produção da agricultura familiar, agora incrementada com a chegada de frutas exóticas como a manga e a maracujina, que tem boa saída nas feiras das redondezas.
Chegada ao Riacho das Pedras
“Usamos a semente mais velha, da colheita passada, pois planta melhor, não plantamos a semente das plantas que acabamos de colher, essas guardamos para o próximo plantio”, revela Sebastiana de Lourdes, a Lurdinha, com a sabedoria de quem reconhece o valor da terra e dessas águas, que garantem a produção do alimento que nos sustenta.
O elo entre a equipe do IPB e as comunidades quilombolas, são os seis jovens educandos do projeto, que têm registrado em texto, fotos, vídeo e áudio a sabedoria local, além de reconhecerem novos aspectos de sua própria cultura, esses jovens podem vir a reverter o destino de muitos de sua geração, que se viram por muito tempo forçados a deixar seus lugares de origem em busca de trabalho nas grandes cidades.
D. Lurdinha e Lucas Santana, diálogo das gerações
Este projeto é realizado pelo Núcleo Chapada do IPB, com o apoio do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

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