quarta-feira, 23 de novembro de 2011

“Sistemas agroflorestais sucessionais para a recuperação de áreas degradadas”

Por Catarina Camargo

O princípio da cooperação rege a lógica dos sistemas agroflorestais. Mandioca, banana e outras espécies de ciclo mais curto criam as plantas de ciclo longo, aquelas que darão frutos no futuro, seguindo o ritmo natural de aumento de vida na terra.

Núcleo de diversidade cria abundância e continuidade para a vida.
Frequentemente observamos que o ser humano ao expandir o uso agrícola da terra, com monocultura e/ou insumos químicos, contribui para o aumento da degradação dos solos, aumento do desmatamento, assoreamento de rios, perda de biodiversidade entre outras mazelas provocadas pelo modelo de desenvolvimento agrícola. Quando um ambiente com grande riqueza e forte interação dinâmica entre as espécies da fauna e flora é alterado, inicia-se um processo de desequilíbrio junto com a simplificação do sistema. A palavra competição encontra sentido à medida que desconsideramos toda a complexa atuação da cadeia trófica, de sucessão ecológica. As leis da natureza estão sempre presentes e o observador que compreende e interage respeitando estas leis resgata seu papel participante dos ciclos, se desenvolve em harmonia com o meio, promovendo a conservação dos recursos naturais.

Estas, entre outras lições, foram discutidas durante o Curso “Sistemas agroflorestais sucessionais para a recuperação de áreas degradadas”, ministrado para um grupo de funcionários da Petrobras. O curso aconteceu no Jardim Florestal Jequitibá, em Jaguaquara, nos dias 08, 09 e 10 de novembro de 2011, propriedade do agrônomo, agricultor e instrutor Henrique Sousa.




Conhecimento teórico e prático sobre os princípios dos sistemas agroflorestais.

Durante o curso o grupo pôde conhecer as estratégias que a natureza utiliza para restabelecer os processos ecológicos e como o ser humano pode auxiliar em favor do aumento da vida. Conceitos sobre estratificação, raleamento, a importância de compreender que tudo tem uma função e que precisamos estar atentos para as sementes ao redor, foram algumas das reflexões feitas com os participantes.


Participantes da Petrobrás ao lado de um núcleo de policultivo.
  
No Jardim Florestal Jequitibá, uma áreas com 15 anos produz açaí, cacau, cupuaçu, palmito, jabuticaba, rambutão, jacas, madeira, além da imensa quantidade de matéria orgânica, fixação de carbono, água armazenada na esponja do solo. Benefícios imensuráveis integrando local de trabalho, lazer e aprendizado. Este conjunto chamado SAF – Sistemas Agroflorestais, gera renda, possibilita o convívio harmônico do homem com a natureza, anunciando uma nova forma de se fazer agricultura.
 





Manejo no Sistema Agroflorestal – SAF e colheita de aipim.

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